segunda-feira, 8 de outubro de 2007

ANÁLISE SINTÁTICA- 3C1/3C2

ANÁLISE SINTÁTICA

Termos da oração
Chama-se oração todo enunciado, com sentido completo ou não, que possui verbo, O conjunto de orações chama-se período.
Ex.: Maurício escreveu uma bela carta (período simples: uma oração)
Fabiano estudou e foi para a escola. (período composto: mais de uma oração)

Uma oração se divide, geralmente, em dois termos básicos, chamados de essenciais: sujeito e predicado. Dentro de um e outro, aparecem termos diferentes, tais como objeto direto, predicativo, adjunto adnominal etc.
Ex.: Teu amigo disse a verdade
sujeito Predicado
Dentro do sujeito: teu (adjunto adnominal)
Dentro do predicado: a verdade (objeto direto)

Modelo de análise sintática

Aquele menino trouxe um belo presente para a mãe ontem.
Sujeito predicado

Suj.: Aquele menino (simples)
Núcleo do suj.: menino (a palavra mais importante do sujeito)
Adj. adn.: Aquele
Pred.: trouxe um belo presente para a mãe ontem (verbal)
Núcleo do pred.: trouxe (v. trans. dir. e ind.)
Obj. dir.: um belo presente
Núcleo do obj. dir.: presente
Adj. adn.: um, belo
Obj. indir.: para a mãe
Núcleo do obj. indir.: mãe
Adj. adn.: a
Adj. adv. de tempo: ontem

Obs.: Para é preposição: não tem função sintática

Termos essenciais

Sujeito
É o ser a respeito do qual se declara alguma coisa.
Ex.: Marcelo controlou a situação.
Quem controlou a situação? Marcelo. Logo, Marcelo é o sujeito.

O sujeito se classifica em:
1) Simples: com apenas um núcleo.
Ex.: O gato bebeu o leite.
Alguém chegou agora.
Vendem-se casas. (Casas são vendidas).
Gostei muito da resposta. (sujeito simples: EU)
Neste último caso, o sujeito se classifica como simples, mas se encontra subentendido, oculto ou elíptico.
Mandei-o estudar.
Aqui, o pronome o é sujeito do verbo estudar. É o que se conhece como sujeito de infinitivo. Isso só ocorre com os verbos cansativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, sentir, ouvir) seguidos de infinitivo. A oração começada pelo pronome átono é sempre objetiva direta. Assim, temos: lª or. - Mandei (principal); 2ª or. - o estudar (sub. substantiva obj. direta).

2) Composto: com mais de um núcleo.
Ex.: Jairo e Mônica foram à escola juntos.
Eu e você seremos felizes.

3) Indeterminado: quando há sujeito, mas não se pode precisar qual é. Ocorre em dois casos:
• Com verbos na terceira pessoa do plural, sem o sujeito presente no texto.
Ex.: Batem à porta.

• Com verbos que não sejam transitivos diretos, na 3ª pessoa do singular, mais o pronome SE (símbolo ou índice de indeterminação do sujeito).
Ex.: Precisa-se de ajudantes.
Aqui se vive bem.
Ficou-se triste.

Obs.: Se o verbo for transitivo direto, mas vier com objeto direto preposicionado, o sujeito também estará indeterminado.
Ex.: Cumpriu-se com o dever. (sujeito indeterminado)
Mas: Cumpriu-se o dever. (sujeito simples: o dever)

4) Oração sem sujeito: quando a oração possui apenas predicado. Alguns autores dizem sujeito inexistente. Ocorre nos seguintes casos principais:
• Com o verbo haver significando existir ou indicando tempo.
Ex.: Há muitos livros na estante.
Há meses que não vou lá. (A primeira oração não tem sujeito.)

• Com o verbo fazer indicando tempo decorrido ou meteorológico.
Ex.: Faz três anos que não nos vemos. (A primeira oração não tem sujeito.)

• Com os verbos de fenômeno da natureza.
Ex.: Ontem choveu muito.

• Com os verbos ser, estar e ir (este, seguido de para) indicando tempo.
Ex.: São duas horas. Hoje são três de março. Era na primavera. Está muito frio hoje. Já vai para dois anos que não o vejo

Predicado
É tudo aquilo que se declara do sujeito.
Ex.: A onça é um animal feroz.

O predicado se classifica em:
1) Nominal: formado por um verbo de ligação e um predicativo do sujeito, que é seu núcleo.
Ex.: Isabel está nervosa.
Está: verbo de ligação.
Nervosa: predicativo do sujeito.

2) Verbal: formado por um verbo transitivo ou intransitivo. O verbo é o núcleo do predicado.
Ex.: Isabel fez os doces.
Fez: verbo transitivo direto.

3) Verbo-nominal: formado por um verbo transitivo ou intransitivo e um predicativo (do sujeito ou do objeto).
Ex.: Isabel fez os doces nervosa.
Fez: verbo transitivo direto.
Nervosa: predicativo do sujeito.
Observe bem: Isabel fez os doces e estava nervosa.

Predicativo
É o termo que atribui ao sujeito ou objeto uma qualidade, estado, característica etc. Pode ser:
1) Do sujeito.
Ex.: Rodrigo é estudioso. Ela voltou cansada.

2) Do objeto.
Ex.: Eu o considero inteligente. (predicativo de o, que é objeto)

Termos integrantes

Objeto direto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto.
Ex.: Comprei um novo aparelho.
Coloquei-o ali.
Ela pegou da agulha. (objeto direto preposicionado)

Observe que, neste caso, o verbo não exige a preposição de. Ele é transitivo direto.
O objeto direto pode ainda ser:
1) Pleonástico: repetição do objeto direto.
Ex.: Sua irmã, ninguém a viu.

2) Interno ou cognato: do mesmo campo semântico ou lingüístico do verbo, que em condições normais é intransitivo.
Ex.: Tu vives uma vida tranqüila.

Objeto indireto
É o complemento de um verbo transitivo indireto.
Ex.: Todos precisam de afeto.
Refiro-me a ela.

O objeto indireto também pode ser pleonástico.
Ex.: Ao colega, não lhe diga isso.

Complemento nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio.
Ex.: Tenho medo dos exames. (medo é substantivo)
Estava certo da vitória. (certo é adjetivo)
Agiu contrariamente a meus interesses. (contrariamente é advérbio)

Obs.: Não se confunda o complemento nominal com o objeto indireto, que também tem preposição. O objeto completa o sentido de um verbo; o complemento nominal, de um nome.
Ex.: Necessitamos de leis. (objeto indireto)
Temos necessidade de leis. (complemento nominal)

Agente da passiva
É o termo que pratica a ação na voz passiva.
Corresponde ao sujeito da voz ativa. Vem introduzido pelas preposições POR (PELO, PELA) ou DE.
Ex.: A história foi contada por vovó. (o sujeito é passivo: a história)

Mudando a voz do verbo, temos: Vovó contou a história. O agente da passiva (por vovó) transformou-se no sujeito da voz ativa (Vovó).

Termos acessórios

Adjunto adnominal
É o termo que determina, modifica um substantivo.
Ex.: O rapaz trouxe para a escola uma bela composição.
Note bem: O rapaz (sujeito), rapaz (núcleo do sujeito), o (adjunto adnominal).
E assim por diante.

O adjunto adnominal pode ser representado:
1) Por um artigo.
Ex.: O cão latiu.

2) Por um pronome adjetivo.
Ex.: Minha tia é francesa.

3) Por um numeral adjetivo.
Ex.: Tenho três canetas.

4) Por um adjetivo.
Ex.: Ele sempre tira boas notas.

5) Por uma locução adjetiva.
Ex.: Achei um anel de ouro.

Cuidado para não confundir este último caso com o complemento nominal. Vejamos algumas diferenças:
a) O adjunto adnominal dá uma qualidade, indica posse ou restrição.
Ex.: Comprei copos de vidro. (qualidade ou matéria)
Não encontrei o brinquedo do garoto. (posse)

Observe também que copos e brinquedo são substantivos concretos.
Assim, não poderiam ter complementos nominais.

b) O complemento nominal completa o sentido da palavra. Sem ele, seria possível uma pergunta do tipo: de quê?
Ex.: Tenho certeza da vitória. (certeza de quê?)

c) Se a palavra precedida de preposição se liga a adjetivo ou advérbio, só pode ser complemento nominal.
Ex.: Estava pronto para tudo. (pronto é um adjetivo)
Atuou favoravelmente a nós. (favoravelmente é um advérbio)

d) Se a palavra que está sendo modificada é proveniente de um verbo, o termo preposicionado será complemento nominal se se tratar de termo passivo, correspondendo a um objeto ou adjunto adverbial; sendo ativo, trata-se de adjunto adnominal.

Ex.: A invenção do telégrafo beneficiou a humanidade.
Pode-se dizer: Inventaram o telégrafo. Logo, o telégrafo é um termo que sofre a ação. Do telégrafo é complemento nominal.

A invenção do sábio beneficiou a humanidade. Não se pode transformar invenção no verbo inventar, porque o sábio praticou a ação de inventar. Logo, do sábio é adjunto adnominal.

O adjunto adnominal representado por adjetivo pode confundir-se com o predicativo. Vejamos as diferenças:
a) Junto a verbo, será predicativo.
Ex.: Marta é inteligente. Mauro voltou animado.

b) Unindo-se diretamente ao núcleo de uma função (sujeito, objeto direto etc.), é adjunto adnominal.
Ex.: A bela criança sorriu. (está dentro do sujeito)

c) Vindo depois de um substantivo, pode haver confusão. Nesse caso, inverta-se a frase, pondo o adjetivo antes do substantivo. Se continuar ligado a ele, será adjunto adnominal; ficando afastado, será predicativo.
Ex.: Comprei uma casa bonita. (Comprei uma bonita casa)
adj. adn.

Considero o aluno inteligente. (Considero inteligente o aluno)
pred.

Neste último caso, em que temos um predicativo, a palavra o ficou entre o substantivo e o adjetivo.

Adjunto adverbial
É o termo que modifica um verbo, adjetivo ou advérbio, indicando a circunstância em que se desenvolve o processo verbal. E representado geralmente por advérbio ou expressão adverbial.
Ex.: Ontem fomos à praia.
tempo lugar

Principais adjuntos adverbiais:
1) Afirmação: Certamente ele voltará.
2) Negação: Não o quero aqui.
3) Dúvida: Irei provavelmente à tarde.
4) Lugar: Deixamos o carro naquela esquina.5) Tempo:Nós discutíamos uma vez ou outra.6) Modo:Márcia saiu apressadamente.
7) Intensidade: Estava muito nervosa.
8) Causa: Ele tremia de frio. (por causa do frio)
9) Instrumento: Cortou-se com a lâmina.
10) Meio: Só viajavam de trem. (meio de transporte)
11) Companhia; Passeava com o pai.
12) Finalidade ou fim: Vivia para o estudo.
13) Concessão. Foi à praia apesar da chuva.
14) Assunto: Falavam de política.
15) Conformidade: Agimos conforme as ordens.
16) Condição: Sem estudo, não passarás.

Aposto
Termo que se une a um substantivo ou pronome substantivo, esclarecendo-lhe o sentido. Geralmente é separado por vírgula ou dois pontos.
Ex.: O cão, melhor amigo do homem, é sempre fiel. (explicativo)
Só queria uma coisa: compreensão. (explicativo)
Glória, poder, dinheiro, tudo passa. (resumitivo ou recapitulativo)
O rio Amazonas é muito extenso. (apelativo ou especificativo)

Obs.: O aposto apelativo ou especificativo é o nome de alguém ou alguma coisa.

Estudou o dia todo, o que deixou a mãe feliz. (aposto referente a toda uma oração). Nesse caso, o aposto é representado por palavras como o, fato, coisa etc.

Agora, atente bem para a seguinte comparação:
Gosto de Petrópolis. (objeto indireto: complemento do verbo)
Vim de Petrópolis. (adj. adv. de lugar: vim é intransitivo)
Tive medo de Petrópolis. (compl. nominal: medo de quê?)
O clima de Petrópolis é bom. (adj. adn.: vale por petropolitano)
A cidade de Petrópolis é linda. (aposto: é o nome da cidade)

Vocativo
Termo com valor exclamativo que serve para interpelar alguém ou algo.
Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. Sempre com vírgula.
Ex.: Luís, empreste-me o martelo. (Ó Luís!)
Veja, meu filho, que linda lagoa! (ó meu filho!)
Não faça isso, garoto! (ó garoto!)

Classificação das orações

Absoluta
É a única oração de um período simples.
Ex.: O amor vence sempre.

Coordenada
É a oração que se une a uma outra, também coordenada, sem lhe representar um termo sintático. É, portanto, independente.

A oração coordenada pode ser sindética ou assindética. Chama-se assindética aquela que não é introduzida por conjunção. Chama-se sindética a que possui uma conjunção coordenativa.
Ex.: Fazia muito frio, / mas não peguei o agasalho.
assindética sindética
O avião pousou, / e os passageiros respiraram aliviados.
assindética sindética

Classificação das sindéticas
1) Aditivas: não acrescentam nenhuma idéia à coordenada assindética. Principais conjunções: e, nem, não só ... mas também.
Ex.: Começou a chorar e trancou-se no quarto.
Não só pintava, mas também fazia versos. (ou como também)

2) Adversativas: expressam uma idéia contrária ao que se diz na outra coordenada. Principais conjunções: mas, porém, contudo, todavia, e, no entanto.
Ex.: Corremos muito, mas não ficamos cansados.
Estudou muito e não aprendeu nada. (e = mas)

3) Conclusivas: expressam uma conclusão, em face do que se diz na assindética. Principais conjunções: pois (entre vírgulas), logo, portanto.
Ex.: "Penso, logo existo."
Rodrigo revisou toda a matéria; está, pois, preparado.

4) Alternativas: indicam pensamentos ou ações que se alternam ou excluem. Principais conjunções: ou, ora ... ora, ou ... ou, nem ... nem.
Ex.: Entregue sua prova, ou ficará com zero.
Ora ria, ora chorava. (As duas são alternativas)

5) Explicativas: dão uma explicação qualquer a respeito da assindética. Geralmente o verbo da primeira está no imperativo.
Principais conjunções: que, porque, pois.
Ex.: Não saia agora, que vai chover.
O chão está molhado, porque eu vi.

Subordinada
É a oração que representa um termo sintático de uma outra oração, que se diz principal.
Ex.: Ele disse que voltaria.
A oração que voltaria é subordinada porque representa o objeto direto da primeira.

Classificação das subordinadas
1) Adjetivas: iniciadas por um pronome relativo e funcionando como adjunto adnominal da oração principal. Podem ser:

a) Restritivas: restringem, limitam o sentido do antecedente do pronome relativo. Não se separam da principal por meio de vírgula.
Ex.: A flor que te dei murchou. (a qual te dei).
A pessoa de quem lhe falei é aquela. (da qual lhe falei)
Nasci numa casa onde há muitas mangueiras. (na qual há...)

b) Explicativas: explicam alguma coisa sobre o antecedente. Têm menos importância no período. Separam-se da principal por meio de vírgula. Assemelham-se a um aposto explicativo.
Ex.: A rosa, que é perfumada, enfeita o mundo. (a qual é perfumada)
Carlos, cujo irmão é médico, está aí fora.

Obs.: Reconheça-se o pronome relativo e se terá descoberto a oração subordinada adjetiva.

2) Substantivas: são orações que completam o sentido da principal, representando para ela termos próprios de substantivo (sujeito, objeto direto etc.). Começam normalmente por uma conjunção integrante (que ou se). Podem também ser introduzidas por um advérbio interrogativo (onde, quando etc.) ou pronome interrogativo (quem, qual etc.)
Ex.: Todos notaram que ele estava nervoso.

Obs.: A oração substantiva pode ser substituída pela palavra ISTO. Aproveitando o exemplo anterior, poderíamos dizer: Todos notaram isto.

As orações subordinadas substantivas podem ser:
a) Subjetivas: representam o sujeito da oração principal, que estará sempre com o verbo na terceira pessoa do singular.
Ex.: É necessário que sejam sinceros.
Convém que falem baixo.
Sabe-se que ele perdeu.
Quem chegar atrasado não fará a prova.

b) Objetivas diretas: desempenham a função de objeto direto.
Ex.: Veja onde está o livro.
Ninguém me disse que haveria reunião ontem.

c) Objetivas indiretas: funcionam como objeto indireto.
Ex.: Preciso de que me ajudem.
Ele aspirava a que todos fossem felizes.

Obs.: A preposição DE pode ficar subentendida.
Ex.: Esqueceu-se que ia jogar.

d) Completivas nominais: representam o complemento nominal.
Ex.: Tinha medo de que o prejudicassem.

Não há necessidade de que o ajudemos.

Obs.: A preposição DE pode ficar subentendida.
Ex.: Tínhamos certeza que iríamos.

e) Predicativas: desempenham a função de predicativo.
Ex.: A verdade é que ele se esforçou muito.

Obs.: O verbo da oração principal é sempre SER, acompanhado do seu sujeito. Compare os dois períodos:

É bom que venham todos. (subjetiva)
O bom é que venham todos. (predicativa, pois o sujeito é o bom)

f) Apositivas: funcionam como aposto, geralmente depois de dois-pontos.
Ex.: Só dizia uma coisa: que venceria os obstáculos.

3) Adverbiais: são as orações que desempenham a função de adjunto adverbial da oração principal. São iniciadas por conjunções subordinativas adverbiais.
Ex.: Quando o dia nasceu, César foi para o hospital.
adj. adv. tempo

As orações subordinadas adverbiais podem ser:
a) Causais: funcionam como adjunto adverbial de causa. Principais conjunções: porque, como, pois, já que, uma vez que.
Ex.: Susana foi reprovada porque não estudou.
Como ia chover, recolhemos a roupa.

b) Condicionais: indicam condição. Principais conjunções: se, caso, sem que.
Ex.: Irei ao jogo, se pagarem minha entrada.
Sem que haja esforço, nada será possível.

c) Comparativas: estabelecem uma comparação. Principais conjunções:
como, que (ou do que), quanto. O verbo, muitas vezes, fica oculto, sendo o mesmo da oração principal.
Ex.: Helena é linda como a mãe.
Ele fala mais que um papagaio.

d) Conformativas: indicam conformidade ou acordo, às vezes modo. Principais conjunções: como, conforme, segundo.
Ex.: Agi como mandaram.
Segundo me disseram, não haverá jogo.

e) Concessivas: são as que expressam idéia contrária à da oração principal. Principais conjunções: embora, mesmo que, ainda que.
Ex.: Ainda que gritasse, não seria atendida.
Eles chegaram cedo, embora não fosse preciso.

f) Consecutivas: indicam uma conseqüência. Principal conjunção: que (precedida de tão, tal, tanto, tamanho).
Ex.: Correu tanto, que caiu.
Era tal seu medo, que desmaiou.

g) Finais: correspondem a um adjunto adverbial de fim. Principais conjunções: para que, a fim de que.
Ex.: Tirou a tampa para que o perfume se espalhasse.
Ele desceu logo a fim de que pudéssemos vê-lo.

h) Proporcionais: são as que estabelecem uma proporção. Principais conjunções: à proporção que, à medida que, quanto mais ... mais.
Ex.: Progrediremos à medida que trabalharmos.
Quanto mais estuda, mais aprende.

i) Temporais: funcionam como adjunto adverbial de tempo. Principais conjunções: quando, logo que, depois que, antes que.
Ex.: Eles se retiraram quando o sol aparecia.
Assim que o ônibus parou, todos desembarcaram.

Observações finais
• Chamam-se orações reduzidas aquelas que não possuem conjunção e apresentam o verbo numa forma nominal. Classificam-se da mesma forma que as desenvolvidas, bastando atentar-se para o seu significado e estrutura.

Alguns exemplos:
1) É importante falar-se com clareza. (subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
2) Estava certo de ser aproveitado. (subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo)
3) Estudou Letras para ser professor. (subordinada adverbial final reduzida de infinitivo)
4) Falando com educação, você não o irritará. (subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio)
5) Terminada a prova, os candidatos se retiraram. (subordinada adverbial temporal reduzida de particípio)
6) Vi um menino brincando no jardim. (subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio)

• Um período, como vimos até aqui, pode ser composto por coordenação ou subordinação. Pode ser também misto, isto é, por coordenação e subordinação.
Ex.: Denise disse que não voltaria, mas não resistiu.
1ª 2ª 3ª

1ª: principal
2ª: subordinada substantiva objetiva direta
3ª: coordenada sindética adversativa

• Algumas orações não aparecem na Nomenclatura Gramatical Brasileira. Eis algumas:
1) Subordinada substantiva agente da passiva.
Ex.: O trabalho foi feito por quem conhece o assunto.

2) Subordinada adverbial locativa.
Ex.: Moro onde moras.

Neste caso, pode-se classificar a oração como adjetiva, considerando-se um antecedente oculto: Moro no lugar onde moras (= no qual)

3) Subordinada adverbial modal.
Ex.: Os náufragos salvaram-se nadando.

Neste caso, pode-se classificar a oração reduzida como adverbial conformativa.

• As orações subordinadas adjetivas podem, excepcionalmente, ser introduzidas por um pronome indefinido precedido de preposição.
Ex.: O trabalho de quem conhece o ofício é sempre melhor.